sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Quem são os Judeus-Católicos?


O que será de facto isso de Hebreus Católicos?
E o Judaísmo Messiânico? Quais os seus fundamentos?
Será uma nova seita, para nos trazer mais confusão e divisão ao cristianismo?
Será baseado na Bíblia?

Os "judeus messiânicos" eram todos os judeus que aceitaram que Yeshua era HáMashiach (O Messias)! Dentre os judeus messiânicos conhecidos na época, podemos citar todos os apóstolos, e crentes das primeiras comunidades, e portanto a sua origem é tão antiga quanto o próprio cristianismo, que ronda 2000 anos. Porém eram conhecidos por Nazarenos.

A comunidade (kehilat em hebraico) cristã era conhecida como "O Caminho" (Netivyah em hebraico) era formada por todos os judeus convertidos, que nasceram, viveram e morreram como judeus e mantiveram as suas identidades nacionais e religiosa, ou seja não deixaram de ser judeus.

No início do movimento os nazarenos, eram aceites como judeus, só após a guerra Romano-judaica iniciada por Bar Cockbá em 150 E.C é que se iniciou um processo lento de exclusão mútua. Mas que os messiânicos não aceitaram. Dos dois lados judeus e cristãos, houve sempre através dos séculos até os dias de hoje, judeus que eram messiânicos em segredo e cristãos que eram judaizantes em segredo. Pois os cristãos estavam proibidos de praticas judaicas sob pena de excomunhão.

O Novo Testamento, ou Brit Hadashá (Ratificação da Aliança) é a confirmação dos princípios da Toráh que nos foram legados pelo Eterno na Velho Testamento entregue a Moisés (Moshe) portanto o Novo Testamento não elimina a Toráh, e sim amplia e confirma os preceitos da "Lei"

Após a conversão dos judeus, eles tornam-se seguidores de Jesus (Yeshua) e foram chamados de "apóstolos", mas não deixaram de ser judeus. Mais precisamente "Judeus Messiânicos", pois eles haviam encontrado Yeshua (Jesus) e o reconhecido como o Messias!

O Judaísmo Messiânico não é nem nunca foi uma nova seita, pelo contrário os messiânicos eram "judeus" e achavam que os prosélitos (convertidos) deveriam tornar-se judeus e praticar todos os preceitos judaicos tais como circuncisão, alimentação kosher e o Shabbat.

No entanto o movimento "O Caminho", acabou por se dividir, havendo dois grupos principais, os "ebionitas" (do hebraico אביונים, Evyonim, "pobres") que visava conciliar a crença messiânica com os preceitos da Toráh os 613 Mitzvot, e foi fundamentalmente criado logo no inicio pelos seguidores de Jesus e Tiago o Justo, tendo estado em confronto com outro grupo liderado por "Shaul Benyamin / Paulo de Tarso" que era um grupo "antijudaízante" e que defendeu que os "gentios" não precisavam ser judaizados. Foi no concilio de Antioquia que os discípulos foram chamados de Cristãos, mas o termo era pejorativo. E acabou por ser o termo que determina o nascimento de uma nova religião não judaizada no séc. IV, quando reconhecida como religião oficial do Império Romano.

No desenvolvimento histórico dos Nazarenos que estavam divididos em dois grupos como vimos acima, ebionitas e paulinos, a teologia Paulina sobrepôs-se, isso fez com que os "judeus messiânicos" se desviassem do caminho inicial trazido pelo Mestre (Rabi Yeshua), e o que mais contribuiu para esse desvio foi a conversão de inúmeros gentios que ingressaram nas igrejas fundadas pelos apóstolos trazendo para o movimento as suas tradições gentílicas, e em alguns casos até pagãs, eliminando graduadamente os aspectos judaicos da fé cristã, e acabaram por deturpar a sã doutrina que lhes fora legada.

No início não havia a doutrina da Santíssima Trindade, Imagens, o culto do domingo, a infalibilidade papal, a oração de Maria (pois só se deveria orar a D-us), o terço, a proibição de ler a bíblia (algo inconcebível no judaísmo onde todos tinham de ler a Toráh a partir dos 13 anos) e nem o celibato obrigatório existia.

Nos primeiros 3 séculos da Era Comum, a Menoráh, a estrela de David, a Toráh, os tzitzit e o talit eram símbolos de ambas as religiões, a Pessach e o Shabbat eram igualmente festejados tanto por judeus nazarenos como por judeus tradicionais, o que prova a comunhão que existia entre ambos. Mas foi a partir do Concilio de Laodicéia que ficou definitivamente determinado que seria o Domingo o dia de descanso, e os cristãos foram ameaçados de excomunhão se praticassem o Shabbat e a Pessach com os judeus, já era a igreja oficial romana a começar o anti-semitismo.

Portanto o que podemos aferir é que HaShem O Eterno não quis fazer uma nova religião, e nem Yeshua também não pretendeu tal coisa, mas sim dar continuidade à velha aliança Abrahamica, Mosaica, dada através da Toráh. Confirmando e ampliando o cumprimento da mesma. O que significa então confirmar e ampliar o cumprimento da Toráh? Significa que D-us pretendeu estender a salvação a toda a humanidade, para tal teve de levar a luz da Toráh a todos os povos e terras do mundo, pois anteriormente só os judeus (o povo do livro e guardião da verdade) eram abrangidos. Jesus veio então como o salvador Yeshua HaMashaia, morreu por todos nós como mártir na cruz, pagando os pecados dos gentios que estavam fora da protecção da Toráh e da revelação divina e assim preparou a humanidade inteira para a sua segunda vinda. Quando vier segunda vez virá como o Mashaia dos judeus. É preciso compreender que os judeus não aceitaram Jesus, porque isso fazia parte do propósito de D-us para salvar o restante da humanidade, mas D-us não os abandonou mantendo a Aliança ao Povo Escolhido os Judeus.

No final do século XIX, foi fundada na Moldávia o movimento Judaico Messiânico, com uma comunidade em Chisinau, o movimento cresceu muito sobretudo nos E.U.A.
Os hebreus-católicos formaram-se a partir de judeus convertidos ao catolicismo, no século XX, com a orientação do Padre
Elias Friedman fundador da AHC Associação de Hebreus Católicos em Israel, que era judeu convertido
Só na segunda vinda de Yeshua os judeus reconhecerão o Messias, que será judeu. Isto mostra que o judaísmo messiânico seria a continuação do projecto de D-us iniciado com o povo de Israel, através de Abraão, Isaac, Jacob, José, Moisés, David, Salomão e Jesus Cristo.

Se pensar-mos de outra forma equivale a dizer que o Eterno Deus errou, pois teria que abolir a antiga aliança, e refazer um plano de salvação da humanidade, essa teoria seria heresia visto que na Brit Hadashá lê-se que D-us não se esqueceu do seu povo e não cortou a Aliança, como prova temos o moderno estado de Israel. É preciso que se tenha em mente que HaShem o Eterno, já tinha o seu plano de salvação elaborado desde a queda de Adão, nada escapa ao intento de D-us, nada é por acaso. HaShem o nosso D-us, o único D-us é um, e é o mesmo HaShem não muda, não nos abandonará. A única diferença é que na época Messiânica que virá, a humanidade inteira se converterá. O judaísmo não é uma filosofia, uma religião ou uma tradição, mas sim a adoração fiel a HaShem, a maneira correcta de guardar os preceitos de Nosso D-us A-do-nai.

Shalom Alechem

6 comentários:

  1. Caro Irmão, compartilho de suas idéias aqui no Brasil. Vou escrever um artigo, no qual compilarei partes dos seus textos do vosso blog, onde colocarei as fontes/créditos. Rezo para que este movimento cresça cada vez mais e que conheçam o caminho a verdade e a vida. D'us o abençoe!

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  2. Eu entendo que :
    * Não se deve agregar ou comparar o nome Yeshua com o de Jesus pois nome próprio não se traduz por tanto o nome é Yeshua.
    * Ha'shem não é Deus.
    * Yeshua não foi crucificado Ele foi preso no madeiro ( Atos 13:29)e ( Atos 10:39 )
    * Yeshua em nenhum momento pregou religião e sim salvação!
    *
    *

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  3. Eu realmente não conhecia o movimento hebreu-católico, mas vi que estão subordinados ao Patriarca Latino de Jerusalém e são submissos à autoridade da Igreja Católica. Fiquei bastante interessado, mas lendo o texto acima, percebo que há algumas incoerências entre o que tenho estudado no site dos hebreus católicos da Argentina e esse. Na verdade, me pareceu um discurso feito pelos "hebreus-cristãos" de orientação protestante. o que me incomodou é que o texto procura mostrar que a prática católica como se apresenta, com sua liturgia e tudo o mais, é uma distorção do "formato original" praticado em três séculos e o Concílio impôs a guarda do Domingo, numa prática visivelmente antissemita. Difícil conciliar esse texto com a doutrina catolica.
    Gostaria de mais informações, obrigado.

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  4. Nenhum concílio impôs a guarda do domingo...o concílio não serve para inventar verdades, mas para confirmá-las dando resposta às necessidades apologéticas da Igreja. A crença no domingo como o Dia do Senhor remonta ao século I, tendo como registro documental os escritos dos padres. O fato de romper com os costumes judaicos não quer dizer antissemitismo, mas uma coerência teológica, pois os costumes judaicos preparavam a pessoa do Mashiach...Por exemplo, porque usar o kIPÁ, se pelo Ruah haKodesh a Lei está agora impetrada no fiel? Porque os Kashrut se Jesus tem a pureza em seu Ser? O que ele toca fica puro...

    Vejamos o que dizia Santo Inácio de Antioquia, que conheceu Pedro e Paulo, e foi sucessor de Pedro no patriarcado de Antioquia:

    "Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte." (Santo Inácio de Antioquia, aos Magnésios. 101 d.C.)...

    Observem que nada foi inventado em concílios...

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